A guerra na Ucrânia e a posição da Turquia na Síria serão os dois principais temas da agenda do feira entre o Presidente turco e o russo, na cidade de Sochi, escreve o Notícias ao Minuto, que cita a agência LUSA.

Recep Tayyip Erdogan vai assegurar a Vladimir Putin que pretende continuar a actuar como mediador para um cessar-fogo duradouro na Ucrânia, segundo avançou ontem a estação pública turca TRT, citada pela LUSA.

O seu mais recente esforço de mediação levou à assinatura, em 22 de Julho, de um acordo para permitir a retoma das exportações de cereais de três portos ucranianos, coordenada a partir de Istambul e com a participação de delegados russos, ucranianos, turcos e das Nações Unidas.

Na quarta-feira, o primeiro navio a navegar sob este acordo, o milho com destino ao Líbano, passou pelo Bósforo para ser inspeccionado pela equipa conjunta em Istambul.

No dia anterior, Moscovo tinha lembrado que o acordo assinado também visa melhorar “as conalimentos russos ao mercado internacional”.

Erdogan, como garante do acordo, vai assegurar, sexta-feira na cidade russa de Sochi, que Putin mantém a sua aprovação às exportações de cereais enquanto são - nanceiras europeias à Rússia.

Outra questão em cima da mesa será a tentativa de Erdogan de obter a aprovação de Putin para uma nova operação militar turca no norte da Síria contra as milícias curdas, as Unidades de Proteção Popular (YPG), que o Presidente turco está a anunciar há semanas.

Esse foi o seu foco principal na última reunião com o líder rus - junto com o Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, em 20 de Julho.

Nessa altura, Putin manifestouse claramente contra a actividade de “forças externas” na Síria e defendeu o restabelecimento da autoridade de Damasco sobre todo o território.

Esta posição põe em causa os planos de Erdogan, já que, desde a última operação turca na Síria, em 2019, o YPG concluiu acordos conjuntos com o regime sírio e russo para impedir o avanço das forças turcas.

A Rússia é o principal apoio militar do ditador sírio Bashar al-assad, enquanto a Turquia apoia as milícias islâmicas que se opõem ao regime desde o início da guerra civil, em 2011.