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Açucareira de Búzi nega que Governo tenha encontrado investidores

Texto: Foto: António tiua O País

do “antigo gigante de Sofala” reagem às declarações feitas semana passada pelo antigo ministro da Indústria e Comércio ao programa “O País Económico” da STV. Dizem que nunca ouviram falar de investidores trazidos pelo Governo quando menos orçaram o investimento necessário à açucareira em 800 mil dólares.

Faltou com a verdade. É nestes termos que os accionistas da açucareira de Búzi classificam as declarações feitas, semana passada, pelo antigo ministro da Indústria e Comércio, Ragendra de Sousa, recém-regressado aos comentários públicos, cerca de dois anos após deixar de fazer parte do Governo.

Em declarações ao programa “O País Económico”, transmitido na STV, o economista e antigo governante disse que, enquanto ministro, “nos apareceram investidores quenianos, com base na Inglaterra, a dizer que tinham tudo pronto (para investir na Companhia de Búzi). Mas também nos informaram que, à última hora, o parceiro nacional que tinha acordado 800 mil dólares pela passagem, saiu de 800 mil para dez milhões (de dólares). Um investidor com 10 milhões de dólares vai fazer

coisa nova”, disse De Sousa, justificando a razão pela qual os investidores teriam desistido e feito com que não cumprisse a promessa pública que fez, de reactivar a antiga indústria em 60 dias.

As palavras não caíram bem para os novos “donos” da açucareira que contra-atacaram. “Os accionistas da Companhia de Búzi não souberam de nenhuma iniciativa tomada pelo antigo ministro para apoiar a empresa”, introduziu Fernando Sumbana Júnior, sócio de uma das empresas. E a fonte detalhou: “digo para apoiar a companhia de búzi, não estou a falar de financiamento, porque aquela empresa é de dimensão tal, com tanto impacto social, que seria desejável e de esperar que ele, na qualidade de ministro da Indústria e Comércio, se preocupasse com a mesma”.

Aliás, não só colocam em causa a existência dos alegados investidores como também questionam os valores referidos pelo antigo dirigente. “800 mil dólares nem dão para fazer limpeza na Companhia de Búzi, portanto estes são números que estão completamente desfasados daquilo que é a realidade. Mesmo que tivéssemos ouvido falar dos números, com a responsabilidade dos accionistas que lá estão, nunca iriamos falar de um investimento de 800 mil dólares, quanto estávamos a pagar à banca milhões de dólares”. E questionam: “quais são os accionistas que fizeram subir o valor de 800 mil para 10 milhões de dólares. Com quem, afinal, falou? A quem apresentou esses documentos?”.

Para Fernando Sumbana Júnior, parece sabotagem o facto de as palavras de Ragendra de Sousa serem proferidas num momento em que a companhia está prestes a ser relançada. “Até parece que é uma tentativa de bloquear as soluções que se encontraram agora”.

NECESSÁRIOS MAIS DE USD 50 MILHÕES PARA RELANÇAR EMPRESA

De acordo com os sócios da açucareira de Búzi, o relançamento da companhia vai acontecer em parceria com o Governo. Para tal, diz Fernando Sumbana Júnior, “é preciso muito dinheiro. Para ter uma ideia, para reinstalar uma plantação de cana-de-açúcar, são necessários pelo menos 50 milhões de dólares. A produção deve ser relançada a uma escala de cerca de quatro mil hectares para tornar a operação viável, de modo a pôr uma fábrica a funcionar”, explica, adiantando que, numa fase inicial, a cana-de-açúcar a ser produzida vai ser vendida à açucareira de Mafambisse, que não tem matéria-prima suficiente para produzir.

ECONÓMICO

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2022-08-05T07:00:00.0000000Z

2022-08-05T07:00:00.0000000Z

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O Pais