M-pesa tem ambição de abranger mais moçambicanos
A maior plataforma de moeda electrónica M-pesa tem a ambição de abranger 75% de pessoas economicamente activas em Moçambique até 2025 e comprometese a continuar a desenvolver acções de modo a combater as fraudes.
Texto: Amândio Borges Foto: O País
No âmbito das celebrações dos 10 anos de existência do M-pesa, decorreu o jantar de gala que juntou governantes, empresários, dirigentes de entidades públicas e privadas para a celebração deste marco considerado histórico no processo de inclusão financeira no país.
Dirigindo-se aos presentes, o Director-geral do M-pesa, Sérgio Gomes, considerou que, nos últimos dez anos, é notável a contribuição do M-pesa para o desenvolvimento socioeconómico de Moçambique e falou das ambições para o presente e futuro.
“A nossa missão é continuar na dianteira e diversificarmos os nossos seguimentos de clientes. Para além dos nossos clientes individuais, temos estado a realizar parcerias com os sectores públicos e privados, assim como organismos não governamentais, para o uso desta plataforma de moeda electrónica para uso nas suas diferentes dimensões. A nossa aposta é que cada vez mais moçambicanos e seus dependentes tenham acesso ao M-pesa e a nossa meta é abranger 75% da população adulta em Moçambique até 2025, por forma significativa com soluções que façam diferença na vida deles. As nossas ambições nos serviços de expansão do M-pesa são vastas, só estaremos descansados quando todos moçambicanos estiverem ligados a uma rede móvel de moeda electrónica. Temos a certeza de que estamos a contribuir para a inclusão financeira de todos, pois a nossa missão é contribuir para este objectivo.”
Por sua vez, o Presidente do Conselho de Administração da Vodacom, Lucas Chachine, destacou o impacto que o M-pesa trouxe para a economia moçambicana.
“Uma das nossas grandes preocupações enquanto provedores de serviços de carteira móvel tem a ver com as fraudes protagonizadas por certas pessoas mal-intencionadas e de má-fé, através de plataformas electrónicas de moeda, das quais o M-pesa faz parte. Para manter a fiabilidade deste sistema, temos vindo a desenvolver um conjunto de acções educativas junto dos clientes e público em geral para que todos estejam atentos às artemanhas de alguns burladores. Sabemos que isto é, infelizmente, uma camada pequena que tenta deturpar os serviços.”
O momento mais esperado da noite foi o reconhecimento das várias empresas, parceiros e agentes que, ao longo destes dez anos, trabalharam com o M-pesa, destacando-se o Banco de Moçambique. A Wise Up foi distinguida na categoria de melhor parceiro corporativo.
Para a categoria de Melhor Agente Zona Norte, a distinção foi para Augusto Quissanga. Para a categoria de Melhor Agregador, foi distinguida a Kangela na zona Centro, e Trinity na zona Sul.
Este grupo representa os trabalhadores mais antigos do M-pesa que também viram o seu empenho e dedicação reconhecidos.
M-PESA FAZ 10 ANOS E CELEBRA COM LANÇAMENTO DA 1A EDIÇÃO DO M-PESA FINTALKS
Os reguladores e operadoras de telefonia móvel precisam de trabalhar juntos para garantir a inclusão financeira digital. Quem defende a ideia são os participantes da primeira edição do M-pesa Fintalks, conferência lançada esta quarta-feira, na Cidade de Maputo.
O evento foi organizado pela Vodafone M-pesa - Moçambique, Financial Sector Deeping (FSD) Moçambique e a Associação das Fintechs Moçambique, cujo objectivo, segundo o director-geral do M-pesa, Sérgio Gomes, é discutir os caminhos para a inclusão financeira digital.
A primeira edição do M-pesa Fintalks, iniciada na quarta-feira, decorreu sob o lema “LIGADOS, trilhamos o caminho da inclusão financeira”.
Na quarta-feira, o Director-geral do M-pesa, Sérgio Gomes, o evento acontece num dia em que a plataforma faz 10 anos e já perfaz um total de 10 milhões de utilizadores, mas ainda sente que é preciso chegar a mais pessoas.
“Por isso, espera-se que possa estabelecer e fomentar um movimento colaborativo para fortalecer o ecossistema digital, capaz de enfrentar os desafios da inclusão financeira em Moçambique e no mundo. Compartilhamos uma visão e um propósito comuns, a inclusão financeira como motor de desenvolvimento, uma solução para o empoderamento social e que possa inspirar mais camadas da sociedade, num mundo onde a inclusão financeira é, muitas vezes, dado como certo; é fundamental lembrar que milhões de pessoas ainda continuam excluídos, sem acesso aos serviços mais básicos que podiam transformar as suas vidas”, disse.
E essa, foi, segundo Gomes, uma das razões para o lançamento da M-pesa Fintalks.
Coube a Esselina Macome, Directora-geral do FSD Moçambique, fazer o resumo do historial do desenvolvimento dos servicos financeiros no país, tendo, na ocasião, defendido o “melhor servir ao consumidor” e destacando que a regulação nunca deve estar à frente da inovação tecnológica, ou seja, que é preciso compreender que a inovação deve vir sempre em primeiro lugar.
“Temos de ver como trilhamos em conjunto, para tirarmos os proveitos da inovação, mas tendo em conta que nos preocupamos com a protecção do consumidor e isto traz um grande desafio, um grande papel para os reguladores de forma a ver como criam um ambiente regulatório que não inibe a inovação”, desafiou.
Macome disse, igualmente, que os desafios do sector financeiro no país ainda são muitos, destacando a literacia financeira para os consumidores, as competências dos que trabalham com estas plataformas e os ataques cibernéticos.
Nesta conferência, o primeiro painel teve como tema de debate: “Explorando o impacto positivo da regulamentação na criação de um ecossistema financeiro inclusivo”, cujos intervenientes foram Tuaha Mote, Presidente do Conselho de Administração do INCM, Felix Kamenga, Director Comercial do M-pesa África-quénia, Filipa Costa, Especialista em inclusão e educação financeira do Banco Mundial, e John Sauci, representante do Ministério das Finanças da Tanzânia.
No debate, Felix Kamenga defendeu que os operadores de telefonia móvel e o regulador precisam de trabalhar juntos e não estarem de lados opostos, como tradicionalmente se pensa. Conforme disse, as operadoras são inovadoras e estão um passo mais rápido que as reguladoras que usam meios tradicionais, mas isso não tira o mérito de uma nem de outra; o importante é trabalharem para um objectivo comum: a inclusão financeira.
“Quando o regulador criar a sua equipa tem de tentar equilibrar as habilidades para que possam compreender como as telecomunicações funcionam e vice-versa. É importante, também, que a equipa da operadora perceba como o regulador opera. Acredito que, quando tivermos diferentes níveis de conhecimento e habilidades, será fácil chegar a um ponto comum em termos de mitigação de risco e operação”, explicou o Director Comercial do M-pesa África-quénia.
Por seu turno, Tuaha Mote, PCA do INCM, reconheceu o papel do regulador no processo de inclusão digital, referindo que o INCM de tudo tem feito para garantir maior expansão de serviços, desde a facilitação para a implantação de infra-estruturas, a luta para combate à lavagem de dinheiro e branqueamento de capitais, entre outras acções, mas nem tudo depende deles, exemplificando as barreiras que estas empresas têm na importação dos seus equipamentos.
ECONOMIA NACIONAL
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2023-09-22T07:00:00.0000000Z
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