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Contra suspensão de voos devido a Ómicron

A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) condena a suspensão de voos por parte de alguns países devido à propagação da variante Ómicron da COVID-19. O sector privado moçambicano diz que esta medida poderá afundar, ainda mais, a economia já afectada pela pandemia.

Tende a crescer o número de países que suspende voos de e para África, temendo a propagação da variante Ómicron e a CTA está contra a medida.

“A CTA condena atitude dos países do Ocidente pela postura discriminatória adoptada, que sugere uma desarticulação e falta de união na luta contra esta enfermidade que assola a economia mundial desde 2020”, condenou Nuno Quelhas, em nome do sector privado.

E se as coisas continuarem assim, a CTA prevê dias difíceis para a economia.

“Grande parte do investimento estrangeiro provém da União Europeia (EU). Além de ser o principal destino das exportações nacionais, estas restrições poderão contribuir para a retracção de investimentos e a contracção do fluxo da actividade económica do país, numa altura em que a economia busca caminhos para a recuperação e estabelecimento das bases para a retoma integral da actividade económica”, apontou Nuno Quelhas.

Para que tal não aconteça, o sector privado pede que o Governo interceda pelo bem da recuperação da económica.

“Defendemos que o Governo de Moçambique interceda junto dos países da região e do secretariado da SADC para o levantamento ou racionalização das restrições de circulação, tanto a nível da África, assim como da UE e outros países”, disse Quelhas.

Os patrões defendem, ainda, a manutenção das actuais medidas restritivas adoptadas pelo Governo moçambicano, tal como o fez a África do Sul diante da nova variante da COVID-19.

Dados da CTA indicam que o fluxo de viagens, tanto de turismo assim como de negócios, registou uma clara recuperação até ao terceiro trimestre de 2021, com 14% de crescimento, comparativamente ao mesmo período de 2020, facto que sugere que há sinais claros de que 2021 iria superar o fluxo de viagens de 2020 que se tinha saldado em USD 180 milhões.

Contudo, com esta situação o cenário poderá ser contrariado, prevendo-se que o fluxo de viagens possa fixar-se abaixo dos USD 180 milhões, se estas medidas de banimento se mantiverem por longo período.

“Portanto, o cenário irá significar perda de negócios para o sector do turismo, particularmente restauração, viagens e hotelaria, incluindo outros associados como transportes e comércio”, antevê a CTA.

De acordo com os dados do MISAU, actualmente, a população vacinada no país ascende a cerca de 5 milhões, o correspondente a 17% da população total e cerca de 29% da meta para o alcance da imunidade de grupo. Este baixo nível de vacinação deve-se, para além da deficiente disponibilidade de vacinas, à fraca adesão da população ao processo de vacinação, pelo que, a CTA defende que, para fazer face a esta nova variante da COVID-19, por um lado, é preciso dar enfoque ao reforço do processo de mobilização da vacina, pautando por um maior envolvimento do sector privado em auxílio aos esforços do Governo na aquisição da vacina.

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2021-12-03T08:00:00.0000000Z

2021-12-03T08:00:00.0000000Z

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