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Dívida global atingiu USD 226 biliões em 2020 segundo Relatório Fiscal Monitor do FMI

Ernesto Martinho FMI

do Fundo Monetário Internacional (FMI), intitulado “Reforçando a Credibilidade de Finanças Públicas”, a pandemia da COVID-19 levou a um aumento sem precedentes da dívida emitida por governos, empresas não-financeiras e famílias.

Em 2020, a dívida global atingiu USD 226 biliões e aumentou em USD 27 biliões, estimou quarta-feira (13 de Outubro) o FMI em Washington, DC.

Segundo o director do Departamento de Assuntos Fiscais do FMI, Vitor Gaspar, os níveis elevados e crescentes da dívida pública e privada estão associados aos riscos para a estabilidade financeira e finanças públicas.

“De acordo com estimativas preliminares da Base de Dados da Dívida Global, a dívida global dos governos, famílias e empresas não-financeiras atingiu USD 226 triliões. Isto representa um aumento de USD 27 triliões em relação a 2019. Tanto o nível como o ritmo do aumento são máximos recordes. Sabemos que as dívidas elevadas e crescentes aumentam os riscos para a estabilidade financeira e finanças públicas”, refere Gaspar, no sumário executivo do “Fiscal Monitor”.

Gaspar salientou que os países com um quadro fiscal de alta credibilidade se beneficiam de um melhor acesso ao mercado obrigacionista. Também experimentam taxas de juro mais baixas em obrigações soberanas.

“Uma forte mensagem do Fiscal

Monitor é que a credibilidade fiscal compensa”. Os países com um quadro fiscal credível beneficiam-se de um melhor e mais barato acesso aos mercados obrigacionistas. É um bem precioso para se ter num momento incerto e difícil como o da COVID 19. A credibilidade fiscal compensa”, acrescentou Gaspar.

Reconheceu, também, que, embora a comunidade internacional tenha prestado apoio crítico para aliviar as vulnerabilidades fiscais nos países de baixos rendimentos, ainda é necessário mais.

“Em 2020, o rápido financiamento do FMI e a Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida do G20 contribuem para disponibilizar recursos aos países que deles mais necessitam. Mas é necessário mais. Com uma afectação geral de DSE de 650 mil milhões de dólares, foi proporcionada liquidez, mas muito mais poderia ser alcançado se os países ricos disponibilizassem parte dos seus recursos para o mundo em desenvolvimento. Ao fazê-lo, os doadores estariam a contribuir para combater a pandemia e para a consecução de um crescimento sustentável e inclusivo”, concluiu Gaspar.

Para o FMI, a recente atribuição de Direitos Especiais de Saque, de USD 650 mil milhões, contribui para a liquidez internacional. Os seus efeitos benéficos podem ser exponenciados através da re-canalização de economias de rendimento mais elevado para países em desenvolvimento de baixo rendimento.

Relativamente às alterações climáticas, o FMI diz ser crucial para a comunidade global chegar a um acordo sobre acções políticas concretas na COP26 das Nações Unidas, a realizar-se em Novembro próximo. A instituição recomenda que as políticas devem incluir, entre outras acções, o compromisso das economias avançadas de mobilizar, anualmente, USD 100 mil milhões em financiamento climático para apoiar as nações em desenvolvimento.

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2021-10-15T07:00:00.0000000Z

2021-10-15T07:00:00.0000000Z

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